Não posso negar que houve uma época em que eu não vivia sem assistir televisão. Quando não estava na escola estava vendo os mais diversos programas que a tv exibe. Pode-se dizer que eu era mesmo viciada nisso. Assistia de tudo, um programa seguido do outro. Mas isso tudo na minha adolescência, quando realmente não tinha mais com o que me preocupar. Ainda bem que isso mudou.
Depois disso, criei um senso mais crítico quanto aos programas que normalmente assisto. Sendo assim aboli as novelas de meu “cardápio”.
A produção das novelas brasileiras é mundialmente reconhecida. Compara-se a grandes produções estrangeiras pelo empenho dos atores, figurinistas, diretores, maquiadores e todas as outras pessoas que fazem parte da técnica e produção. Mas justamente pelo fato da televisão visar somente a audiência, o enredo das histórias fica cada vez mais e mais parecidos. Não é preciso acompanhar diariamente pra saber o que vai acontecer no próximo capítulo, ou como vai ser o final: o vilão morre, vai preso ou fica louco; os casais apaixonados são separados, mas no final se casam e tem filhos. Alguma coisa pode variar, mas não foge muito desse padrão.
Por causa dessa mesmice, não consegui ficar por muito tempo sentada em frente à tv tentando anotar os detalhes acontecidos. Já gostei de algumas novelas, como a “Alma Gêmea” que está reprisando no canal Rede Globo. Ela tinha um tema relacionado ao espiritismo, mas mesmo assim tinha o mesmo enredo repetitivo. Uma mocinha que sofria na mão de uma vilã, mas acabava ficando com o amor de sua vida no final.
Os atores são sempre muito bons e bem preparados. Dedicam-se muito para fazer qualquer papel. A produção também pensa em cada detalhe. Mas querendo mostrar a realidade eles se perdem, ou colocando personagens ingênuos demais, ou colocando realidade demais tornando a novela algo desagradável. Conheço milhões de pessoas que se envolvem tanto com as histórias a ponto de não marcarem um só compromisso no horário da novelinha, e que comentam sobre os acontecimentos do capítulo recente como se fizesse parte de sua vida íntima.
Penso muito sobre até onde isso é realmente saudável, sendo que há tantas coisas mais importantes para nos preocuparmos.
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