quarta-feira, 30 de setembro de 2009
“O Show de Truman”
A sociedade é diariamente influenciada por pessoas, programas, notícias, momentos, atitudes, e da mesma forma pode ser manipulada quase sem perceber.
A tecnologia faz com que se tenha interesses cada vez maiores nos assuntos que antes não faziam parte do cotidiano. Quando a vida particular parece pequena aos olhos de cada um aparece a necessidade de invadirmos a privacidade alheia pra satisfazer algumas vontades.
Os reality shows são exemplos dos momentos em que é possível sair da realidade monótona e desfrutar de momentos que não são reais, pois por mais que se tente passar essa idéia, uma pessoa rodeada por câmeras não age normalmente.
Analisando dessa forma, podemos entender o enredo do filme “O Show de Truman”, do diretor Peter Weir. Truman foi escolhido desde seu nascimento para ser a estrela de um reality show. Mas se um dia soubesse dessa situação, não agiria normalmente por saber estar sempre sendo observado.
Conforme algumas “falhas no sistema” vão acontecendo, ele percebe que algo está diferente, e que as pessoas em que mais confiava já não agem normalmente em sua presença. Por mais que acreditasse que não seria possível que todos que compartilham de seu mundo estivessem vivendo em “função” dele, ele suspeita que escondem alguma coisa. E com razão. O mundo inteiro convive há anos com as imagens e momentos de seus dias desde quando ele era um bebê até a mais recente hora.
Assistindo o filme é possível sentir repulsa pelos personagens que fazem parte do programa. É algo inevitável, pois mesmo sabendo que Truman está sendo observado e sua vida totalmente manipulada por pessoas que ele nem imagina que existem, ninguém faz nada, pois estão sendo beneficiados pela situação. Os telespectadores acabam se envolvendo pela história, pois sentem que fazem parte da vida daquele simples personagem.
Uma situação dessas pode ser vista em nosso dia a dia de outras maneiras. Há muitas pessoas que seguem religiosamente o que a mídia publica e diz ser verdade absoluta; quantos não são seguidores de programas de auditório, novelas, reality shows e outras programações muitas vezes sem conteúdo ou então com temas idênticos e fúteis. Tudo isso para sentirem, talvez, que sua vida não é tão ruim quanto a de outro, ou simplesmente para presenciarem situações ridículas que expõem a intimidade alheia.
Há alguma forma de sairmos desse mundo exclusivo de futilidades?
Não encontro respostas na mídia... mesmo que procure.
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